Deputado bolsonarista de MS era “fã” do campeão da roubalheira no INSS

Deputado bolsonarista de MS era “fã” do campeão da roubalheira no INSS

“A empresa Prevident, que é uma empresa séria, tem mais de 37 anos no mercado, 20 mil dentistas, um milhão de duzentos mil usuários e beneficiários, cancelou o contrato com essa empresa Suda, suspendeu todos os atendimentos, inclusive dentro da rede Cassems…” (veja vídeo no final da reportagem).As declarações acima fazem parte de um pronunciamento do deputado estadual João Henrique Catan (PL-MS) feitas em 17 de setembro ano ado na Assembleia Legislativa em defesa da empresa Prevident.Na época, ele defendia a criação de uma I para investigar a Cassems, que é o plano de saúde dos servidores públicos estaduais de Mato Grosso do Sul e que tem dez hospitais em Campo Grande e nas nove maiores cidades do interior. O que o deputado bolsonarista possivelmente não esperava é que a Prevident, segundo ele uma “empresa séria”, viria a fazer parte de um escândalo gigantesco. O controlador da Prevident chegou a tomar, segundo estimativas da PF, R$ 56 milhões em um único mês dos aposentados sem que eles tivessem permitido.A empresa da qual o deputado Catan se mostrava fã faz parte do grupo THG (Total Health Group), comandado por Maurício Camisotti.

E, segundo a investigação da Polícia Federal, o empresário comandava, indiretamente, três entidades que juntas foram responsáveis pelo maior desconto de aposentados ao longo do ano ado.As três associações juntas respondem por 17,3% dos descontos estimados de 2024, somando R$ 456,5 milhões. Assim, superaram a campeã oficial em descontos, que é a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), com R$ 435 milhões tomados dos aposentados no ano ado. Os elogios de Catan à Prevident ocorreram sete meses depois de o site de notícias Metrópoles ter iniciado uma série de denúncias sobre descontos irregulares de aposentados e que acabaram levando a Controladoria Geral da União e a Polícia Federal a desencadearem a operação Sem Desconto.

As reportagens já citavam o envolvimento dos proprietários da Prevident no esquema.No pronunciamento, Catan questionava a contratação da empresa Suda Odonto, que segundo ele estava impedida pela Agência Nacional de Saúde (ANS) de comercializar planos desde setembro desde 2022 e mesmo assim foi contratada pela Cassems.Por conta conta disso, a Prevident, de Maurício Camisotti, acabou rompendo com a Cassems. Por conta disso, a Suda chegou a ser acionada judicialmente pela Prevident. Agora, em sua defesa, a Suda anexou ao processo um longo histórico da investigação da PF envolvendo a concorrente no esquema de desvios.ENTIDADESEntre as principais entidades que conseguiram tomar dinheiro dos aposentados no ano ado está a Ambec (Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos).

Ela foi a terceira entidade que mais descontou valores em 2024. Ela é investigada por ser supostamente controlada por “laranjas” ligados ao empresário Mauricio Camisotti. Foi fundada em 2006, e até fevereiro do ano ado, quando denúncias sobre descontos ilegais feitas pela associação foram publicadas no portal de notícias Metrópoles, ela era presidida por Maria Inês Batista de Almeida, ex-auxiliar de dentista que trabalhou nas empresas Brazil Dental e Prevident, ambas do grupo THG (Total Health Group), de Camisotti.

Em 2024, a Ambec realizou descontos estimados em R$ 231,3 milhões, o equivalente a 8,8% do total feito por todas as associações. Os descontos começaram em 2022, com R$ 25 milhões, e cresceram para R$ 91,4 milhões em 2023. Segundo o inquérito da PF, o grupo THG comandaria outras duas associações: a União dos Servidores Públicos do Brasil (Unsbras) e o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap).

Somando a Ambec e estas duas, os desvios no ano ado somaram R$ 456,5 milhões.O inquérito da PF cita outros ex-presidentes da Ambec com ligações a Camisotti. Um deles é o empresário José Hermicesar Brilhante Palmeira, que seria “braço direito de Camisotti” e atual controlador da Prevident, a empresa defendida por Catan. Outros ex-presidentes da associação aparecem Ademir Fratic Bacic, sobrinho de Camisotti, e o seu pai, Antonio Fratic Bacic.Nas investigações da PF ficou evidenciado que a Prevident recebeu R$ 16.365.082,20 da Ambec, o que seria uma forma de “lavar” o dinheiro desviado do INSS.ELO COM O CARECAO inquérito também cita que Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, seria procurador legal da Ambec.

A PF caracteriza o “Careca do INSS” como figura central no esquema investigado, como um lobista que representava as associações junto ao INSS, cooptando funcionários públicos para liberar os descontos milionários.Ainda de acordo com a PF, o empresário Maurício Camisotti usou sua corretora de seguros, chamada Benfix, para pagar R$ 1 milhão à empresa de consultoria do “Careca do INSS”. Ele era procurador com “total poderes” da Ambec, cuja presidente, à época, tinha 69 anos e era “aposentada por incapacidade permanente desde 2008”. No período investigado, a Polícia Federal identificou que a associação enviou R$ 11 milhões para uma das empresas do “Careca”.Do momento em que Antunes assumiu como procurador da associação até agora, a Ambec recebeu mais de R$ 492 milhões a partir de descontos realizados nas aposentadorias de idosos e pensionistas.O QUE DIZ CATANA reportagem do Correio do Estado tentou falar com o deputado Catan neste sábado, mas ele se limitou a enviar uma nota dizendo que “qualquer ilegalidade tem que ser investigada e apurada! Não tenho ligação e nem conhecimento com a empresa, as denúncias e reclamações chegam através dos servidores que avaliavam o atendimento e a falta de ree dos pagamentos que eram contratados, devidos e não reados pela Suda.

Agora, se numa empresa consolidada e estruturada está acontecendo, imagine nessa SUDA, que abriu suas portas para estreiar e estreitar fraudes diretas nos contratos com a CASSEMS!”.

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Adriano Monezi

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